segunda-feira, 24 de maio de 2010




Escrevo numa folha em branco para ninguém ler....devoro o teu olhar no meu,com a venda que me colocaste em tempos já esquecidos, numa memória apagada... Digo-te isto porque conhecer-te foi algo maravilhoso... e os momentos que vivemos juntos irei considera-los como os mais fantásticos de sempre..

Afinal o que seria de uma carta de amor se não fosse ridícula??

O que seria deste sentimento avassalador que nos levou à loucura no passado se não fosse realmente vivido com momentos assim, tranquilos, puros, fantásticos e inolvidáveis...

As palavras estão gastas por entre folhas de cadernos pelas vezes que já foram escritas, releio cada linha, com a mesma ânsia de outrora, folheio-as com saudade...

Volto a perguntar onde estas?? o que aconteceu entre nos???Porque não voltas-te para mim?? Porque fugi eu de ti??

Diz-me, o que foi que nos aconteceu?

Suspiro e tento imaginar-te aqui ao lado... que é feito de ti? O que é feito de nós?

Sei que as respostas que procuramos estão dentro de nós mas confesso que já vasculhei mil e uma vezes tudo o que tenho guardado em mim e apenas encontro motivos que não me convencem, pelo que poderia vociferar palavrões, injurias... mas resigno-me... pertences ao passado presente... ainda tenho o teu cheiro entranhado em mim...

Fiquei cansado de estar a tua espera e tu nunca chegas-te... cansei-me de tanto fugir de ti...

O tempo passa e eu e tu vamos passando também, de mãos dadas com ele... mas sempre distantes um do outro...

Por favor, lembra-te de mim, mesmo no dia em que me irás esquecer definitivamente porque sei que na realidade nada aconteceu tal como eu acreditei que um dia viesse a acontecer...

Sabes, a cada dia que passa esta distancia que nos separa vai aumentando e assim aqui estou, embrenhado na escuridão, no silêncio que me tolhe os ouvidos, as mãos, a voz...

Ainda bem que não existem correctores na internet e que não conseguimos rasgar páginas...

Ficam as memórias... as saudades... os momentos... para que um dia possamos olhar para trás e exclamar: " A minha vida, até foi feliz!"